As folhas da arvoce balançavam com a brisa daquele dia, Mariana esperava ali embaixo.
Seu coraçao batia rapido enquanto ela sentia o doce cheiro de laranja.
Ela esperou ansiosa o autor da carta que segurava na mão.
Elas sempre viveram juntas, eram amigas desde pequena. Gabriela e Mariana moravam no mesmo orfanato.Desde pequenas bricavam no pomar que havia ali.Cresceram juntas com as arvores, todas viram a o sentimento que as unia torna-se mais forte e mais intenso.Mariana e Gabriela eram amigas, e todas as arvores sabiam disso.Todas menos uma.
A velha laranjeira.Ela estava lá... ela estava morta. apenas o cadaver da planta restava. Seus espinhos, seus galhos secos estavam fincados no solo.E ninguem a tirava de lá. Era como um amuleto. Um sinal da idade do lugar, apezar de seu corpo ja nao sentir o vento e nao conseguir mais a adimiraçao que tinham outras arvores, a velha laranjeira possuia aindaum ultimo atrativo. Ela ainda mantinha o doce cheiro de laranja, bem fraco, bem distante e sem igual.Apenas as amigas sabiam... do segredo da laranjeira.
Mariana acordou um dia e algo estava diferente, Gabriela estava diferente.Ela parecia ter um pouco de receio com a melhor amiga. O que será que ouve, ela pensou. Gabriela o que há com você? Foi algo que eu fiz? Foi algo que eu disse?
Não foi nada Mariana, não foi nadanão houve nada, não é você, sou eu.
No dia seguinte Mariana recebeu uma carta... Era de amor. Os sentimentos mais bonitos e sinceros foram transcritos naquela folha de papel.
E nos dias que se seguiram, ela recebeu mais e mais. Todos os dias. O tempo passou.Mariana se apaixonou. E não tinha como falar. E não sabia quem era, mas sabia o que sentia.Ele parecia conhece-la tão bem, sabia o que ela pensava, do intimo do seu coraçao.
Mariana e Gabriela se afastavam, cada vez mais.Cada vez mais Gabriela parecia mais distante e cada vez mais Mariana mais apaixonada.
Até que chegou o dia. O dia em que ultima carta chegou. A carta que marcava o encontro dos amantes.E nesse dia a brisa balançava as folhas das arvores do campo. Balançava também o coração dela.
O relógio da igreja mais proxima bateu, quatro horas da tarde.
Mariana, ouvindo passos, se voltou.
O sol contra o vulto.
As folhas se desprenderam da arvore.
Podia se sentir um cheiro de laranja no ar.
Mariana e Gariela se olhavam.
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